
O caso Jean Charles de Menezes refere-se a um emigrante brasileiro morto por engano pela
SO19, unidade armada da Scotland Yard, no dia 22 de julho de 2005, no metrô de Londres, com
oito tiros à queima-roupa, depois que os agentes policiais supostamente o confundiram com um
homem-bomba.Jean Charles vivia há três anos no sul da capital inglesa e, segundo as
autoridades, foi confundido com um terrorista árabe, que teria participado dos atentados da
véspera, contra ônibus e estações do metrô de Londres. O erro foi admitido pela Scotland Yard,
quando informou que o brasileiro não tinha nenhuma relação com qualquer grupo terrorista.
Segundo a autoridade policial, o acidente ocorreu porque o brasileiro se recusara a obedecer às
ordens de parar, dadas pelas autoridades.No entanto, a Comissão Independente de Investigação
de Queixas da Polícia (CIIQ, em inglês) concluiu que Ian Blair, chefe da Scotland Yard, tentou
impedir que a morte de Jean Charles fosse investigadO jornal britânico The Observer, em sua
edição do 21 de agosto de 2005, revelou que os três agentes que vigiavam Jean Charles não
estavam armados nem uniformizados e não o consideravam suspeito de portar armas ou
bombas. Só tinham a intenção de detê-lo.No entanto, esses homens tinham ordens de ceder o
controle da operação a grupos especiais das forças armadas (SAS ), caso estes interviessem. Os
militares consideraram Jean Charles uma grave ameaça e seguiram seu modus-operandi -
atirando para matar.Alex Pereira, primo de Menezes que morava com ele, afirmou que o rapaz
foi baleado pelas costas.Segundo a Agência Brasil, o Ministério das Relações Exteriores publicou
uma nota oficial na qual afirma que o governo brasileiro ficou "chocado e perplexo" ao tomar
conhecimento da morte do brasileiro, "aparentemente vítima de lamentável erro".Em nota
oficial, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que "o Brasil sempre condenou todas as
formas de terrorismo e mostrou-se disposto a contribuir para a erradicação desse flagelo dentro
das normas internacionais", e que aguarda explicações das autoridades britânicas sobre as
circunstâncias da morte de Jean Charles.Em 16 de novembro, o jornal Daily Telegraph publicou
uma reportagem acusando a polícia britânica de utilizar munição de ponta oca, conhecida como
dundum, para matar Jean Charles. O armamento foi proibido pela Convenção da Haia de 1899,
por motivos humanitários (o projétil se expande e se estilhaça dentro do corpo do indivíduo
atingido, provocando dores lancinantes, o que normalmente não acontece com uma bala comum).

- Ednaide.
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